Crise financeira afeta atendimentos na Santa Casa de Ourinhos
quinta-feira, 15 de março de 2012O único hospital público da cidade Ourinhos, no interior de São Paulo, enfrenta uma das piores crises financeiras dos últimos anos, o que não é novidade para a atual diretoria da Santa Casa que há vários anos administra a entidade. Para cobrir dívidas do hospital, a direção afirma que fez vários empréstimos bancários e que os integrantes desta mesma diretoria teriam sido os avalistas.
Agora, como a situação financeira da entidade está insustentável, a única forma para tentar sair da crise é restringir o atendimento de pacientes do SUS, a casos de urgência e emergência. A pediatria estava lotada na tarde desta terça-feira (13), a comerciante Regiane da Silva Aparecido ficou mais de uma hora aguardando por atendimento do filho com febre. Quem depende de atendimento na Santa Casa de deve se preparar para situações ainda mais complicadas.
No Pronto Socorro são feitos cerca de 400 atendimentos por dia. Devido aos problemas financeiros do hospital apenas os casos de urgência e emergência serão recebidos. Consultas ou casos clínicos leves deverão ser remanejados para os postos de saúde municipais. Foi o que explicou o presidente da Santa Casa, Celso Zanuto, em uma coletiva de imprensa na manha de hoje.
Segundo a diretoria, o estoque de medicamentos do hospital deve durar entre dez e 15 dias. Depois disso apenas o necessário será adquirido para não gerar gastos extras. Quartos mais modernos e algumas alas reformadas recentemente com dinheiro de doações contrastam com outras obras de ampliação do hospital, como a do novo centro cirúrgico, que há dois anos está parada.
85% das internações e atendimentos do hospital são feitos pelo sistema único de saúde. Como a tabela SUS não sofre reajuste há muito tempo e os repasses do governo federal são inferiores aos gastos da Santa Casa, por mês é gerado um déficit de quase R$500 mil. Os responsáveis pelo hospital dizem que com os atuais recursos é quase impossível manter a Santa Casa em funcionamento.
Segundo o presidente da Santa Casa, nos últimos três anos, 18 emendas parlamentares que beneficiariam a entidade com repasse de dinheiro foram engavetadas. No total, o hospital receberia R$2.700.000,00.
Atualmente a dívida com fornecedores passa de R$1 milhão. A dívida do hospital com os bancos é de R$6 milhões, negociável em cinco anos. A prefeitura repassa mensalmente à santa casa cerca de 23% do orçamento do município.
Fonte: G1
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