Em janeiro deste ano, 300 casas do programa Minha Casa Minha Vida foram entregues nos residenciais Osvaldo Brizola e Regina Brizola em Ourinhos (SP). Mas apesar da entrega recente, muitas residências passam por reformas devido a problemas estruturais.

Maria Helena Lopes de Matos, secretária, conta que em sua casa o cheiro de esgoto é insuportável. “Houve um defeito na parte hidráulica da casa, o esgoto volta pelo ralo do banheiro”. Helena mora no local há pouco mais de quatro meses.

Na casa de Patrick William Carioca o problema é diferente, mas também estrutural. Depois de tentar erguer um muro entre o imóvel dele e o vizinho, descobriu que os encanamentos das duas casas ficam tão próximos que impossibilitam a execução da obra. Mas os problemas não param por aí.

“Na parede tem rachaduras, a fiação elétrica não está completa e a caixa d’água vaza quando alguém abre a torneira do quintal. Ao invés de trabalhar, tenho que ficar em casa para arrumar os problemas”, lamenta.

Outro residencial de Ourinhos, o Recanto dos Pássaros, entregue pela mesma construtora, também apresentava diversos defeitos. Em uma das casas a caixa d´agua chegou até a despencar em um dormitório.

Direito
No manual entregue aos moradores, é informado que a manutenção dos imóveis é de responsabilidade da construtora por um período de 180 dias após entrega das casas, mas a realidade é outra. Moradores se queixam do atendimento prestado pelos responsáveis.

“É um desaforo a maneira com que nos tratam. Todas as casas apresentam algum tipo de problema. Somos atendidos com descaso pela construtora”, afirma Aparecida Aldivina, moradora.

A construtora responsável pelos residenciais em Ourinhos informaram que todas as solicitações de manutenção que são levadas a conhecimento da empresa estão sendo atendidas, mas admitem que a demanda é grande. Eles ainda informaram que uma reunião entre a construtora, a prefeitura de Ourinhos e a Caixa Econômica Federal foi feita para buscar soluções para alguns problemas.

Outro caso
Em Bauru (SP), casos semelhantes, fizeram a Justiça Federal determinar o bloqueio dos bens de uma outra empresa responsável pela construção do residencial Jardim das Orquídeas II . No entendimento da Justiça. Os imóveis teriam sido entregues mal acabados e por isso colocam em risco a saúde e integridade física dos moradores.

Na ação principal, o procurador pede que todos os apartamentos com problemas sejam reformados no prazo máximo de 60 dias ou que, responsáveis providenciem, no mesmo período, a substituição dos imóveis por outros da mesma espécie, em perfeitas condições de uso.

Fonte: G1